Escrever os próximos capítulos da democracia no mundo: por uma Assembleia Parlamentar das Nações Unidas

As nações do mundo têm representação; os cidadãos e as cidadãs do mundo, não. É comum dizer-se que a Organização das Nações Unidas, nascida do fim da II Guerra Mundial, precisa de se atualizar. Algumas das potências emergentes querem ter um lugar permanente à mesa do Conselho de Segurança da ONU.
As reivindicações de todos os Estados do mundo encontram o seu lugar na Assembleia Geral, onde os nossos países são representados pelos seus governos ou diplomatas. Não há, contudo, nenhum fórum que represente os cidadãos e as cidadãs — e este tem sido o argumento central da campanha global para uma Assembleia Parlamentar das Nações Unidas.
Defendemos que o Parlamento Europeu deve estar na linha da frente da campanha internacional pela fundação de uma Assembleia Parlamentar das Nações Unidas, que dê voz aos eleitores de todo o mundo através dos seus representantes eleitos. O próprio Parlamento Europeu nasceu como assembleia parlamentar eleita indiretamente, sendo hoje o único parlamento transnacional completamente eleito do mundo (o Parlamento do Mercosul passará a ser parcialmente eleito nos próximos anos).
Promover a ideia de uma Assembleia Parlamentar global que acompanhe a Assembleia-Geral das Nações Unidas é uma expressão prática de uma ideia que está no cerne da atitude europeia que subscrevemos; que recusa qualquer ideia de superioridade europeia ou competição global entre regiões do mundo, mas vê a superação das rivalidades entre nações como um progresso a ser defendido e expandido todos os dias, na Europa e no mundo, onde quer que esse progresso esteja novamente a ser posto em causa.